Onde estão as idosas de antigamente?

A nova geração de idosas faz questão de mostrar que existe beleza em todas as idades e de viver tais belezas .

No dia 01 de outubro foi comemorado o Dia do Idoso.

Até levei minha mãe à missa em homenagem aos que têm mais de 60 anos. Mas, enquanto ouvia o sermão do padre, comecei a avaliar as pessoas presentes. E vi muitas pessoas animadas, mulheres bem arrumadas e gente feliz.

Onde estão os idosos de há 20 anos? Aquelas pessoas que, aos 50 anos, já tinham cara de velhas? Fiquei muito feliz em ver que o conceito “ageless”, depois de amplamente divulgado na Europa, começa a tomar conta do Brasil, país que ainda insiste em classificar as pessoas pela idade.

A palavra ageless, traduzida do inglês, significa “sem idade”. Ou seja, estamos iguais a carro: mais do que o ano, o que importa é o estado de conservação.

Boa parte dessa nova geração de idosos não nega que está envelhecendo, mas faz questão de mostrar que existe beleza em todas as idades e que continua com suas funções plenas. Ou seja, ter mais de 50 ou 60 anos não significa, como antigamente,  sentença de morte ou de ociosidade. Os médicos, inclusive, afirmam que, quanto mais ativo o ser humano, mais ele tem qualidade de vida em qualquer idade.

Quanto mais ativa a mulher, mais ela tem qualidade de vida em qualquer idade

Outros dois conselhos dos médicos e que devem ser levados a sério: para viver mais e feliz é importante perdoar e amar, sem tantas exigências.

Pessoas que se cuidam, e seguem esses conselhos estão chegando aos 90 anos, sem aparentar a idade que têm. Eu conheço algumas e acredito que vocês também. São pessoas que não se curvam ao RG. Cuidam da alimentação, praticam exercícios físicos e mantêm o cérebro em movimento.

Muitos, depois dos 50 anos, estão aprendendo novas coisas, mudando de profissão, realizando sonhos. Eu mesma estou cheia de projetos. Conheço uma professora catarinense, com mais de 80 anos, que fez especialização em inteligência artificial. Pensem bem: ela já era considerada idosa quando a internet chegou no Brasil. Isso só prova que não há idade para aprender e viver bem e feliz.

O movimento ageless fez com que os mercados de cosméticos e de moda mudassem a forma de divulgar seus produtos. Até as agências de publicidade tiveram que rever suas campanhas e colocar modelos maduras para apresentar os produtos para esse mercado. Há modelos de mais de 70 anos super lindas que estão ganhando dinheiro modelando.

Velhos padrões estão caindo por terra. Envelhecer não é sinônimo de perda de beleza ou de capacidade intelectual.

Envelhecer, em minha opinião, significa nova estação em nossas vidas. Algumas limitações físicas podem surgir, mas nada que  impeça de viver plenamente. A não ser que surja uma doença, fatalidade que pode surgir em qualquer período da vida.

Eu, nos meus 50 anos, fico muito feliz com essa mudança de paradigma, visto que, quando me olho no espelho, não vejo uma mulher com 5 décadas de experiência. Fiz essa pergunta para amigas de 60 e de 70 anos, e elas têm o mesmo sentimento que eu. Ou seja, somos a primeira geração de mulheres beneficiadas com o conceito ageless, em que não aparentamos a idade, nem no corpo e nem no espírito.

Estamos quebrando tabus e trilhando caminhos de muito mais compreensão e empatia entre as gerações. Eu troco dicas de maquiagem com minha sobrinha de 27 anos. Converso sobre as baladas da moda, mesmo que não vá com as meninas. Assim como troco dicas de receitas e de limpeza com mulheres bem mais velhas que eu. O bom dessa conexão, independentemente de idade, é que todas nos ajudamos e nos divertimos juntas.

Escrevi, em fevereiro uma coluna aqui sobre as mulheres de 50 anos. Esse é um tema que gosto muito de estudar. Se quiserem saber mais, só clicar aqui.

LILIANI BENTO

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