Empresas do Vale do Itajaí apostam em diversidade etária para incentivar a inovação

          A integração geracional vem se mostrando um desafio e também uma oportunidade para muitas corporações. Acolher, acompanhar e promover uma inclusão entre colaboradores de diferentes gerações é visto como algo muito positivo, capaz de incentivar a inovação, o aprendizado contínuo e o desenvolvimento de competências, além de trazer uma vantagem competitiva. Empresas da região do Vale do Itajaí, como a têxtil Círculo e a startup Débito Direto, contam com times compostos por jovens e sêniores, com mais de 50 anos de idade.

Manter equipes diversas e multigeracionais garante importantes ganhos para as organizações, uma vez que conseguem ressaltar habilidades de cada grupo para contribuir com percepções e experiências distintas. “Dentre os benefícios que observamos e podemos destacar estão: mais criatividade, espaço democrático e aberto para opiniões, diferentes pontos de vista que agregam para lidar com as situações e auxiliam na tomada de decisões, maior representatividade e transferência de conhecimentos”, avalia Débora Pereira da Silva, supervisora de Desenvolvimento Humano Organizacional do RH da Círculo.

A têxtil possui a tradição de ter em seu quadro funcional trabalhadores que construíram carreira na empresa, mas também contratações recentes de colaboradores mais maduros. Na organização, existem funcionários com mais de 50 anos de idade em cargos administrativos, operacionais e de gestão e o colaborador mais experiente foi contratado há quatro anos. É o senhor Pascoal March, que tem 76 anos e atua na Expedição como estoquista. Ele trabalhou anteriormente na empresa por 24 anos e retornou agora para uma segunda temporada.

Ele sabe que é figura conhecida na Círculo e quer usar a sua experiência para inspirar os mais novos. “Meus colegas mais jovens me respeitam muito e me dou muito bem com eles. Tento passar um pouco do que eu aprendi sobre se dedicar e se empenhar no trabalho. É importante compreender que vamos crescendo aos poucos, e essa construção é fruto do nosso trabalho diário. Eu visto mesmo a camisa da empresa. Quando entro aqui, penso na fábrica, foco no meu trabalho, que é o meu sustento, e digo para eles fazerem o mesmo”, comenta.

E até startups, que têm como modelo de negócio serem inovadoras e escaláveis, despertaram para a importância de times múltiplos, que unem as habilidades dos mais jovens com a bagagem e experiência dos mais maduros. A Débito Direto contratou recentemente um colaborador de 51 anos, Lincoln Fernandes, que é responsável pelo setor de implantação de sistema. “O diferencial nesta contratação foi o histórico e a carreira que esse profissional tem, que era justamente o que precisávamos para agregar em nossa equipe. Acredito também em oportunidades para oferecer recomeços para pessoas que estão ainda muito ativas e em seu pleno potencial produtivo para fazer entregas com resultados, mas que não conseguem ter a chance de mostrar isso por conta de uma falta de inclusão e visão de empresas para esses profissionais”, comenta Bruno Grahl, CEO da Débito Direto.

Fernandes avalia como positiva a atuação no segmento de startups e com outras gerações. “Está sendo uma ótima experiência, porém inovadora na área de negócio, um tanto diferenciado, de cultura ágil, inovação constante e foco em resolver problemas de forma dinâmica. A adaptação a esse ambiente é desafiador, mas também recompensador. Estou obtendo conhecimento constante, tendo aprendizados diários, compartilhando sempre as experiências e aprendendo também com as gerações mais novas”,

 

Do jovem aprendiz a sênior

A Círculo acredita muito na integração de gerações como algo que proporciona benefícios e ganhos para todos: desde os colaboradores, que podem aprender e trocar experiências juntos; a empresa, que passa a ter uma visão mais ampla de mercado; até o consumidor, que também é composto por jovens e idosos. “Valorizamos a diversidade e a inclusão como forças que nos trarão mais inovação e criatividade em nossos processos e no dia a dia. Temos desde jovens aprendizes, que entram com 14 anos, até o exemplo do Pascoal, que entrou com 72 anos. Se falar nos profissionais que começaram jovens e construíram carreira – e uma vida – aqui, como Maria Bernadete da Silva e Antônio Cardoso, que completaram 50 anos de Círculo neste ano”, completa a supervisora.

Maria Bernadete está na empresa desde 1974, local que foi o primeiro emprego dela. Hoje, ela está com 64 anos e ainda se mantém ativa. “Tenho vontade de trabalhar, a gente precisa trabalhar. Encontrei o lugar que eu amo, que eu sinto como se fosse minha segunda casa, me sinto bem. São 50 anos bem vividos aqui. É uma organização que me dá o que eu preciso e que tenho liberdade de conversar com as chefias e coordenadores”, conta ela.

Sobre trabalhar com colegas mais jovens, Bernadete diz que se sente bem entre todas as faixas etárias. “A maioria me trata como se eu tivesse a mesma idade deles. Inclusive, tenho mais amigos mais novos que eu do que com pessoas mais velhas. Eu não tenho 60 anos na minha cabeça. Eu tenho 20, 30 anos”, afirma.

 

Vagas abertas e Programa de Estágio em Engenharia

A Círculo conta com mais de 1,3 mil colaboradores e está atualmente com vagas abertas nas áreas de Tinturaria, Fiação, Expedição, Acabamento, Manutenção, Limpeza e Marketing. Os currículos podem ser cadastrados no site da Círculo ou ainda entregues na portaria da empresa, na Rua Dr. Nereu Ramos, 360, Coloninha, Gaspar/SC. Além disso, a Círculo abriu inscrições para o Programa de Estágio para áreas de Engenharia com contratação para 2025. São quatro vagas para as áreas de engenharia, como Têxtil, Mecânica, Elétrica, entre outras. As inscrições podem ser feitas pelo site da Círculo, neste link.

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 FONTE : OFICINA DAS PALAVRAS / Patrícia Wippel