COLUNISTA Wilmar Wurmath – TEMA FUTURO

Nosso passado são páginas já escritas, que podem ser relidas com otimismo ou arquivadas e esquecidas. Afinal, de que adianta conhecer um passado se for usado apenas para justificativas frustrações, culpar os outros e dificultar nosso futuro, isentando-nos de nossas responsabilidades? Quem não se sente responsável pelo seu passado também não assumirá responsabilidades pelo seu futuro. O passado, visto com otimismo e objetividade, serve de lição: a parte ruim nos ensina o que não devemos repetir, enquanto a parte boa nos estimula a seguir o caminho correto rumo ao futuro.

Todo ser humano tem a capacidade de mudar e refletir sobre seu futuro de diferentes maneiras, sem a necessidade de analisar constantemente o passado, como frequentemente ocorre nas terapias. Excetuam-se os casos em que é preciso corrigir erros que interferem no presente, mas nunca com o intuito de buscar. Culpar os outros é a melhor forma de justificar a inação.

No entanto, nossa memória do passado é forte e, muitas vezes, invade uma mente desocupada, ocupando os espaços que deveriam ser reservados para o futuro. Cabe a nós preencher essas vagas com expectativas positivas. Fortes acontecimentos que ocupam nossa mente costumam estar ligados ao amor e à saudade, mas é essencial aprender a selecionar e “esvaziar a lixeira” mental. Se uma lembrança não nos faz bem, excluí-la dos nossos pensamentos é um colapso.

O PASSADO NOS DÁ ORDENS, O FUTURO NOS QUESTIONA.

Assim como dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo, segundo Isaac Newton, dois sentimentos não podem preencher nossa alma simultaneamente. Portanto, ao ocuparmos nossa mente e nossa vida com coisas boas, não sobra espaço para pensamentos desmotivadores.

É certo que, nos tempos atuais, sonhar a longo prazo parece arriscado, mas ninguém tem apenas um sonho. Quanto mais sonhamos, mais aumenta a probabilidade de realizarmos alguns deles ao longo da vida. A maioria dos sonhos que nascem dos nossos desejos e vontades são fantasias, apenas imaginações. O melhor é sonhar e aplicar nossa vontade na realização desses sonhos.

Devemos ter cuidado com a segurança, a caridade, o altruísmo e a piedade, pois são grandes ladrões dos nossos sonhos. Eles realizam os sonhos dos outros, mas nos afastam dos nossos próprios.

Nosso maior patrimônio é o tempo que temos para viver. Se não usarmos esse tempo em benefício próprio, o melhor é vender-lo, porque se o doarmos, alguém terá mais tempo e nós menos. (Ou mais dinheiro e nós menos, já que nosso dinheiro é, em algum momento, fruto do tempo que dedicamos).

Wilmar Wurmath 

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