Doença causada por bactéria que afeta criação de abelhas é registrada em SC e gera alerta


Cidasc trata caso em Joinville como isolado, mas reforçou que apicultores devem reforçar cuidados para evitar a Cria Pútrida Europeia (CPE). Laudo comprovou que apiário estava contaminado pela bactéria
Departamento Regional de Joinville/Cidasc
Apicultores do Norte de Santa Catarina foram orientados a redobrar atenções após a confirmação em um apiário de Joinville de um caso de Cria Pútrida Europeia (CPE), doença que afeta as abelhas e pode causar grandes prejuízos à produção, principalmente da espécie Apis meliferae, uma das mais comuns no Brasil.
A doença, causada pela bactéria Melissococcus plutonius, ataca as crias das abelhas, levando à morte das larvas e, consequentemente, à perda de novos insetos para a colmeia.
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Embora não represente um risco à saúde humana, a CPE é uma ameaça significativa para a produção de mel e outros produtos apícolas, além de comprometer a polinização, essencial para a agricultura.
A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) explica que não há uma prevenção totalmente eficiente para evitar a infecção das colônias, mas recomenda que os apicultores redobrem a atenção e sigam as orientações técnicas para prevenir a disseminação. São elas:
Manter a desinfecção das ferramentas e do local de trabalho, limpando frequentemente com água e sabão os materiais e equipamentos utilizados no cotidiano do apiário.
Adicionalmente, recomenda-se realizar seleção de colônias com bom comportamento higiênico e, principalmente, manter colônias fortes e populosas por meio das boas práticas apícolas.
Também é recomendável eliminar os favos contendo cria doentes.
O caso é tratado como isolado e a Cidasc reforça que atua junto com os produtores a evolução das colmeias em todo o estado.
“A vigilância e o manejo adequado são fundamentais para prevenir sua disseminação e proteger as populações de abelhas, essenciais para a polinização, produção de mel, pólen e manutenção da biodiversidade”, detalhou Dickson Portes, médico-veterinário da Cidasc.
Criadores devem seguir orientações para evitar contaminação (imagem ilustrativa)
Isac Nóbrega/PR
Cria pútrida europeia ou loque europeia
Sua ocorrência é de notificação obrigatória e imediata de qualquer caso suspeito de acordo com as normas sanitárias nacionais vigentes.
Ela é endêmica, ou seja, ocorre em determinados períodos do ano e está distribuída em todo o território nacional. O nome comum da doença se deve ao fato de que as larvas infectadas são acometidas por infecções secundárias de outras bactérias que causam odores desagradáveis.
A bactéria chega até as larvas por meio da alimentação. Quando as abelhas nutrizes entram em contato com alimento contaminado e utilizam esse mesmo produto para alimentar as larvas, as bactérias presentes nesse alimento podem acabar contaminando as larvas.
A bactéria, por sua vez, aloja-se no intestino médio das larvas, competindo pelos mesmos nutrientes. A falta de nutrientes provoca redução do peso larval e sua morte.
Os principais sintomas observados nas larvas infectadas são mudanças na coloração e posição irregular dentro do alvéolo.
As larvas saudáveis são brancas, enquanto que as contaminadas tem coloração que varia do amarelo claro até o marrom. Além disso, as larvas podem ter aspecto flácido, desidratado, encolhido.
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