COLUNA – Wilmar Wurmath AHUMANO

Do Humano, ao ahumano, anti-humano e por fim, o desumano.

 

O insipido e frio avanço das comunicações digitais aumenta aos milhares nossos relacionamentos e informações, mas não traz o calor de um único abraço; a lágrima em nenhum olhar; não traz a mão que seguramos quando nos sentimos inseguros; não sente a alegria ao nascer de um filho… a inteligência artificial não ama, não chora, não sente, mas nos torna distantes e apáticos do que é humano, nos torna ahumanos. Um ahumano de muito sofrer sem entender, aos poucos se blinda do sofrer, mas também de amar.

Por todos os séculos, cada ser humano foi único, mas a comunicação digital padroniza, e diariamente conduz nossas ações e sentimentos, não deixando espaços nem folgas para a nossa identidade. E se por alguma sorte tentamos ser humanos, encontramos nas comunicações, anti-humanos ou até desumanos, e novamente, o nascer dos nossos sentimentos próprios, esfria, se apaga porque para amar, viver o calor, e sofrer, precisamos de mais um ser humano igual a nós.

A vontade de nos encontrar desaparece, o vazio das telas digitais não emociona, e começamos a duvidar dos motivos da nossa existência e o pouco sentimento que ainda nos resta, questiona do valor de prosseguir num futuro da humanidade.

Toda natureza, todos os bichos, vivem o agora e não o amanhã e nós humanos aderimos à vida animal.

Se anda somos ursos fortes hibernando, ou vulcões adormecidos, a esperança de voltarmos ser corajosos e quentes existe, mas se apenas somos fogo de vela, que até uma brisa pode pagar, boa parte humana, perecerá.

O dilema é inevitável: as guerras ou a paz; o conformismo ou a luta; a igualdade ou a desigualdade? Os antagonismos e dicotomias são essências da diversidade humana, dos conflitos necessários e quase obrigatórios para a humanidade seguir em frente.

 

NÃO VAI HAVER VIDA APÓS A MORTE DA HUMANIDADE.

 

Nosso planeta pode se transformar, tudo pode nascer, cresce, morrer e se modificar, mas vida humana é vida humana. Vida humana tem alma,

sentimentos, calor, amor e saudades. Do contrário que pensamos, as comunicações digitais não aproximam, nem afastam, apenas constatam, informam, nada mais, mas destroem consideravelmente nossa sensibilidade, nosso tato, nossa simples matemática mental onde um pensamento, mais outro, pensados, refletidos, geram um terceiro pensamento que chamamos de invento, mas nada mais é do que a descoberta de uma nova ideia, que gera novas formas de viver. E assim, evoluímos por séculos, juntando pensamentos para entender como as coisas, que sempre existiram, funcionam para evoluirmos como humanos.

wilmarwurmath@hotmail.com

 

 

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