O poder da escolha

Estamos sempre fazendo escolhas na vida. E, muitas vezes, essas escolhas nos fazem abrir mão de coisas que até então considerávamos importantes, mas fazemos isso acreditando em algo melhor. Fazemos isso em nossas vidas profissional e pessoal. Mas, qual é o limite que não devemos ultrapassar em nome de ter algo que queremos muito? Talvez esse seja o grande dilema da maioria das pessoas.

Por exemplo: hipoteticamente recebo uma oferta de emprego que, em princípio, brilha meus olhos. É na minha área, a remuneração é fantástica, tem benefícios e horário flexível de trabalho. Porém, sempre há um ‘mas’ para ter o emprego dos sonhos. Tenho que morar do outro lado do Planeta, longe da família com a qual sou muito unida, ou de um noivo com quem estou de casamento marcado para dali a seis meses. Nesse caso, qual a melhor escolha?

Eu diria que a escolha é difícil. Há ganhos e perdas em qualquer uma das situações. A melhor escolha será aquela que traga paz. Mas, as duas opções parecem boas. De um lado, o reconhecimento profissional e a possibilidade de construir um patrimônio com mais rapidez; do outro, um projeto de vida a dois e junto da família. Como diria o poeta Carlos Drummond de Andrade, “e agora, José?”

Amor próprio

O mesmo acontece em outras situações de nossas vidas. Sofremos e ficamos felizes quando terminamos um relacionamento com alguém que amamos, mas que estava nos deixando triste na maior parte do tempo. Nem sempre os relacionamentos acabam por falta de amor. Na maioria das vezes é por falta de respeito, de empatia e até de objetivos em comum. Aqui eu diria que o amor próprio deve falar mais alto. Por mais que se goste de alguém, sempre, mas sempre temos que gostar em primeiro lugar de nós. Temos que fazer escolhas que, na maior parte do tempo, irão nos trazer felicidade e paz.

Com essa coluna estou querendo instigá-los a pensar em como conduzimos nossas vidas. Muitas pessoas, infelizmente, não sabem dizer ‘não’ e ficam anos infelizes num emprego, numa casa e num relacionamento que já não transborda o que tem de melhor. Muito pelo contrário, desperta o pior.

Um outro dilema pelo qual as mulheres solteiras passam – homens também, mas a maior parte das pessoas que reclama desse padrão de comportamento das relações modernas é do sexo feminino – é a falta de compromisso do outro. Todo mundo deseja se relacionar, mas as relações estão mais difíceis de fluir do que na época de nossos avós.

Tecnologia

Ao mesmo tempo que a tecnologia nos trouxe inúmeras vantagens e facilidades, também trouxe uma oferta infinita de pessoas que dizem que querem relacionamentos. E, assim como é no mercado, quando a oferta é maior que a demanda, o valor despenca. Assim é a vida de solteira no Século 21. São tantas ofertas que as pessoas estão sempre em busca de um par melhor, mesmo que tenham gostado de alguém. Com isso, as relações não fluem, muitas pessoas não querem se relacionar de verdade, conhecendo o outro com profundidade. A internet virou um amplo cardápio, com ‘pessoas interessantes’ nos APPs de namoro, no Instagram, no Facebook e até no TikTok.

Ficou muito mais fácil sermos descartados. Justamente por isso algumas pessoas que têm relacionamentos ruins acabam aceitando a infelicidade a dois só para não ter que voltar para o ‘mercado’ de solteiros. Esse é um limite que não deve fazer parte de nossas vidas. Ser infeliz só para ter alguém? Vale a pena?

Plenitude

Sou solteira e sei que está difícil para pessoas profundas se relacionarem nesse novo mercado. Porém, justamente por me conhecer e saber exatamente o que quero da vida, afirmo e aconselho a qualquer pessoa: faça sempre escolhas que te levem em direção a tua plenitude, que te transbordem em felicidade e bem-estar. Ficar com alguém com quem não se está feliz só por medo de novas tentativas é morrer lentamente. Não sei se vocês sabem, mas tristeza mata!

Por isso, enfatizo o quanto é importante exercermos o poder da escolha que temos em nossas mãos. Nunca devemos deixar de exercê-la e não podemos terceirizar para outros esse poder. Não adianta fazer uma escolha ruim e depois dizer que a culpa é da mãe, do amigo, ou outra pessoa que queria que você fizesse tal coisa ou namorasse com fulano. As consequências de suas escolhas serão sempre suas, e não dos outros. Em resumo: sempre será você com você mesmo. Não ultrapasse os teus limites para fazer os outros felizes.

 

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