INDÚSTRIA CATARINENSE DE AÇAÍ CRESCE 200% MESMO COM PANDEMIA

Há 4 anos no mercado, o Açaí Mineirinho, fábrica da grande Florianópolis que produz e distribui cremes e polpas da fruta, iniciou as atividades em 2018 produzindo 100 litros por dia, chega a abril de 2022 com capacidade para produzir até 15 toneladas diárias, e com demanda para isso tudo. A indústria atende ao mercado de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A expansão é consequência da ousadia. A empresa já surgiu quebrando paradigmas: trabalhar com produtos gelados na região mais fria do país. Onde a queda chega a 50% entre os meses de maio a agosto. E desde que começou, vem batendo recordes, ultrapassou o faturamento de 20 milhões de reais em 2021, 200% a mais do que 2020, ano que precisou se reinventar.
A Pandemia chegou em março de 2020, e além da doença trouxe a instabilidade do mercado financeiro, o fechamento de muitas empresas e os inúmeros decretos, inclusive com Lock Down – fechamento total da produção. Foram 10 dias de paralisação na fábrica com o futuro incerto, até que o governo liberasse a retomada da indústria de alimentos. O período curto foi suficiente para entender que era preciso virar a chave.
“Com as portas da fábrica fechadas, o nosso setor comercial saiu pra rua. Eu mesmo fui bater na porta de muitas empresas. Precisava mostrar que era possível continuar comercializando Açaí, afinal é um alimento saboroso e saudável. Como o setor de alimentos não pode parar, a gente correu atrás. Nessa época até o delivery de açaí ganhou força, já que o produto comporta o transporte rápido, sem estar em câmara fria, diferentemente de um sorvete. E não é que deu certo”, comemora Raphael Pereira, um dos sócios.
No início da Pandemia, o quadro de funcionários era de 22 colaboradores diretos, hoje são 50. A empresa conseguiu chegar ao estado vizinho, Rio Grande do Sul, e ganhou mercado por lá mesmo com a crise de saúde pública. Não cresceu apenas em tamanho, mas o faturamento também. Hoje atende lanchonetes, sorveterias, restaurantes, mercados de bairros e rede hoteleira. E quer chegar ao final de 2022 com faturamento de 28 milhões de reais.
A ideia não é parar por aqui. Os sócios estudam a possibilidade de chegar ao Paraná, e em breve querem abrir uma fábrica na região Sudeste, mais perto da matéria-prima, que hoje vem do Pará para Santa Catarina. Uma viagem longa, é verdade, mas sem perder a qualidade do conhecido “ouro roxo” título que o Açaí ostenta nas terras de lá. Além de estar em uma localização importante para o escoamento e logística do produto.

Daniele Lottermann

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