AVENTURA – Viagem de carro ao fim do mundo

Quem nunca ouviu aquela frase que diz que viajar é a única coisa que você compra que te deixa mais rico? Pois é, viajar é tão enriquecedor porque te permite descobrir novos mundos, culturas, crenças e formas de viver. Aventurar-se em outras regiões abre a mente para outras possibilidades que nunca consideraria antes.

Com este pensamento um grupo de timboenses realizou uma viagem de carro ao fim do mundo. O grupo formando por nove pessoas e três carros, conta que foram 27 dias de viagem e 11.600 quilômetros rodados. “Assim foi a “Expedição Patagônia – Em busca da Terra do Fogo”, que reuniu um grupo de amigos dispostos a se aventurar pelas estradas da Argentina e Chile, com destino final Ushuaia, conhecida por ser a cidade mais austral do planeta (mais ao sul), sendo uma das mais próximas da Antártica”.

Segundo informações, o comboio da viagem foi composto pelos veículos Land Rover Defender 110, Mitsubishi TR4 e Toyota Hilux e teve como integrantes Paolo Salvador, Bruna Ramos, Aires Ramos, Eva Valim, Marciel Barth, Pamela Feliponi, Jonathan, Janaína e Lara Dallmann, de apenas seis anos. Todo o roteiro foi planejado pelo grupo, que saiu da cidade de Timbó, cruzou a Argentina até entrar no Chile e seguiu rumo ao extremo-Sul do mundo.

Eles relatam que a expedição iniciou no dia 19 de dezembro, passando pela Rota 40 e por cidades como San Martin de Los Andes, Villa Traful, Villa La Angostura e Bariloche, que fazem parte da famosa Rota dos 7 Lagos, na Argentina. As noites de descanso foram intercaladas entre hotéis, pousadas e até camping no Parque Nacional Los Alerces, na cidade de Esquel.

O roteiro da viagem seguiu até o Chile, na cidade de Puerto Rio Tranquilo, que tem como principal atração as Capillas de Marmol (ou Capela de Mármore ou Catedral de Mármore), que é um passeio de barco pelo complexo de cavernas de mármore no maior lago do Chile, chamado de General Carrera.

No Chile, a expedição também percorreu um trecho da Carretera Austral, passando pelas belas paisagens da Patagônia chilena, até entrar novamente na Argentina, em direção à cidade de El Chaltén, conhecida como a “capital argentina do trekking” e famosa pela trilha Laguna de Los Tres, que tem 20 quilômetros de percurso (ida e volta) e leva aos pés do Monte Fitz Roy.

Belezas naturais 

De acordo com os relatos, a próxima parada do grupo foi o Glaciar Perito Moreno, em El Calafate, considerado uma das reservas de água doce mais importantes do mundo, que desafia o aquecimento global e vem crescendo a cada dia, diferentemente de outras geleiras que estão derretendo. “A Patagônia transborda belezas naturais a cada curva, mas sem dúvidas o Glaciar Perito Moreno e as Capillas de Marmol, no Chile, foram os passeios que mais nos surpreenderam”, afirmam os viajantes. ​

Após 17 dias na estrada e mais de sete mil quilômetros rodados, o grupo chegou ao destino final da expedição: Ushuaia. A cidade fica no arquipélago da Terra do Fogo, no extremo-Sul das Américas, conhecido como Fim do Mundo. “Visitamos o Parque Nacional Terra do Fogo, o famoso Correio do Fim do Mundo, comemos o caranguejo gigante Centolla, que é um prato típico de Ushuaia, fizemos um passeio de barco pelo Canal de Beagle e avistamos leões-marinhos, pinguins e baleias”, relatam.

Novos conhecimentos

O grupo também fez o trekking da Laguna Esmeralda, com 10 quilômetros (ida e volta), que chega a um lago de cor impressionante, passando por trilhas que evidenciam o trabalho dos castores. “Esses animais são nativos da América do Norte e Europa, mas em 1946 foram importados para a região da Patagônia, com o intuito de gerar riquezas com o comércio de pele. O que não se sabia era que os castores causariam grandes danos ao meio ambiente, já que vêm devastando florestas, roendo e destruindo árvores, construindo diques nos rios, formando represas e modificando assim a paisagem natural. Por isso, hoje o Governo tenta reduzir a quantidade desses animais, para evitar maiores danos na natureza local”, explicam.

Conforme o grupo, após quatro dias em Ushuaia, é hora de pegar a estrada novamente e voltar para casa, passando pela Rota 3, costeando o Oceano Atlântico. “Foram 27 dias de viagem no total, mais de 11 mil quilômetros rodados, com paisagens únicas, experiências que vamos levar para o resto de nossas vidas. Essa expedição foi a realização de um grande sonho”, afirmam.

Os viajantes ainda contam que, apesar das boas experiências, também aconteceram alguns imprevistos na viagem. “Tivemos problemas com os carros em alguns momentos. Problema em alternador, polia, em pneu, em bateria, em motor. Mas tudo foi resolvido sem grandes dificuldades e todos nós conseguimos chegar bem em casa, em segurança e com muitas histórias para contar”, finalizam.

 

 

FONTE : JMV / VALE DO ITAJAI NEWS