Análise: Sampaoli destrói emocional do Flamengo antes de finais da Copa do Brasil

A derrota no jogo que antecede o início da disputa da final da Copa do Brasil veio como uma confirmação de que o Flamengo chegará na decisão sem a menor confiança da torcida — e talvez até dos jogadores — em conquistá-la. Não pelo 3 a 0 aplicado pelo Athletico-PR em jogo válido pelo Brasileiro, campeonato já dado como uma missão quase impossível. E sim pela sensação cada vez mais clara de que o trabalho de Sampaoli não tem como dar certo.

Foram dez dias sem jogos e apenas treinamentos durante a data Fifa para o técnico voltar com escolhas completamente contestáveis. Improviso de David Luiz como volante, o uso de Thiago Maia como um lateral-esquerdo, a volta da dupla Gabigol e Pedro junta. Nada funcionou na ausência de Bruno Henrique, suspenso, e único destaque recente. Para piorar, Gabi ainda foi expulso por agredir um adversário. Um Flamengo que segue além de sem rumo, destemperado, com o emocional destruído. E o comportamento se reflete na torcida, que protestou contra os jogadores e a diretoria com gritos de “time sem vergonha”.

Não há como justificar que faltou vontade, que o time escolheu se poupar para a final contra o São Paulo. Coletivamente o escrete rubro-negro não é mais uma equipe que permite que as individualidades se sobressaiam. Algo que ainda acontecia com outros treinadores quando a questão tática não era suficiente. Além dos improvisos, Sampaoli abriu mão do talento do único meia de origem na ausência de Arrascaeta, lesionado. Éverton Ribeiro começou no banco e a armação da equipe se deu com David Luiz na saída de bola.

Próximo da área, Gerson e Gabigol alternavam movimentos para acionar Cebolinha e Wesley abertos. E Pedro, isolado, não recebia praticamente nenhuma bola em condições de finalizar. A melhor chance aconteceu em escanteio cobrado por Gabi que Léo Pereira desviou com perigo. Mas foi o Athletico-PR que, mais organizado, achou o gol. Em chute de fora da área, a bola desviou e complicou a vida de Matheus Cunha, que deu rebote nos pés de Cacá.

Allan e Everton Ribeiro foram para o jogo nas vagas de David Luiz e Victor Hugo no segundo tempo. Só que o primeiro jogou pouco mais de 15 minutos e saiu lesionado. Tudo dava errado. O Flamengo tentou aumentar a pressão para empatar o jogo e foi mais competitivo, mas isso não se traduziu em organização. E sim em um descontrole emocional progressivo, aliado à pressão da arquibancada, que entoava logo cedo os gritos de “time sem vergonha”.

Aos 30 minutos, Pedro tentou de fora da área e quase conseguiu igualar o placar e acalmar os ânimos. O Athletico-PR também assustou e obrigou Matheus Cunha a fazer boa defesa. Mais adiante, Léo Pereira entregaria de presente para Alex Santana fazer o segundo gol. E ainda haveria tempo para Vitor Bueno marcar o terceiro, de pênalti.

Ao fim do jogo, os protestos ganharam intensidade e vieram gritos irônicos de “olé” por parte dos rubro-negros. Que já haviam cobrado a diretoria no intervalo, no camarote do estádio em Cariacica. E assim o clima deve permanecer o clima até domingo, entre festa e cobranças no Maracanã no primeiro jogo contra o São Paulo. Um ano até agora melancólico, que depende de duas apresentações difícil de acreditar que esse Flamengo será capaz de entregar em uma semana.

fonte : O GLOBO 

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