Santa Catarina teve mais de 360 mil casos prováveis de dengue em 2024, um aumento de 717% em relação ao mesmo período de 2023.
Diante do expressivo aumento de casos de dengue em 2024, o Ministério da Saúde anunciou, nesta quinta-feira (9), a criação do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para Dengue e outras Arboviroses. A medida, apresentada pela ministra Nísia Trindade, na manhã desta quinta-feira (9), visa fortalecer e agilizar as estratégias de vigilância em colaboração com estados e municípios ao longo de 2025. Em 2024, o Brasil registrou 6,6 milhões de casos prováveis de dengue, com 6 mil óbitos. O estado de Santa Catarina enfrentou um aumento de 717% nos casos, com mais de 360 mil notificações prováveis, destacando-se como o quarto estado com maior incidência.
Além do COE, o Governo Federal lançou o novo Plano de Contingência Nacional para Dengue, Chikungunya e Zika, com ações estratégicas para conter o avanço das arboviroses. A deputada federal Ana Paula Lima, membro da Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados, destacou a relevância da iniciativa em um momento crítico para o país e para seu estado.
“Enfrentamos uma situação alarmante em 2024, e medidas como essas são essenciais para proteger a população e garantir uma resposta eficiente às arboviroses. O novo plano trará recursos, tecnologias inovadoras e apoio necessário para estados e municípios lidarem com essa crise de saúde pública”, afirmou a deputada.
Medidas estratégicas para o combate às arboviroses
O Plano de Contingência Nacional apresenta uma série de ações voltadas para a redução dos impactos das arboviroses, com destaque para:
* Expansão do método Wolbachia, que previne a disseminação de mosquitos infectados, para 40 cidades até 2025;
* Implantação de insetos estéreis em comunidades indígenas e áreas de preservação ambiental;
* Distribuição de mais de 3 milhões de testes para diagnóstico de dengue e outras arboviroses;
* Aquisição de 9,5 milhões de doses da vacina contra a dengue, com 5,5 milhões já enviadas aos estados;
* Reforço na distribuição de larvicidas e inseticidas para os municípios mais afetados.
“Esse cenário exige respostas rápidas e estruturadas, e o Plano de Contingência demonstra o compromisso do Governo Federal em atender às necessidades da população brasileira. A mobilização conjunta será fundamental para superar os desafios impostos pelas arboviroses”, reforçou Ana Paula Lima.
Fortalecimento da rede assistencial e mobilização comunitária
Além de combater o vetor da dengue, o plano prevê a capacitação de profissionais da saúde para diagnóstico e tratamento e ajustes na rede assistencial para atender ao aumento da demanda. Desde 2023, o Ministério da Saúde recompôs os estoques de inseticidas e distribuiu mais de 3 milhões de testes diagnósticos para estados e municípios.
A ministra Nísia Trindade destacou que o Plano de Ação 2024/2025 será conduzido por meio de uma parceria tripartite, envolvendo União, estados e municípios. A mobilização comunitária também será incentivada, com campanhas educativas sobre medidas preventivas, como a eliminação de focos do mosquito Aedes aegypti.
“Além das ações preventivas, é fundamental destacar o papel dos municípios nesse enfrentamento, especialmente pela responsabilidade que têm na limpeza urbana e em outras medidas essenciais de controle. Nesse contexto, reforçamos a importância do trabalho conjunto entre as esferas federal, estadual e municipal para garantir uma resposta eficaz no combate à dengue”, enfatizou a ministra.
FONTE : Dorva Rezende
