Indústria audiovisual cresce em Santa Catarina e Estado pode se tornar um polo do setor no Brasil

Mercado se movimenta para qualificar mão de obra e reter talentos, em um momento que empresas já registram crescimento superior a 1.000%

Produções grandiosas, com atores e equipes técnicas de renome no cenário nacional e internacional. Essa cena pode parecer a realidade do mercado audiovisual no eixo Rio-São Paulo ou, até mesmo, hollywoodiano. A verdade é que Santa Catarina está cada vez mais próxima de se tornar um polo do setor no Brasil. A pesquisa e mapeamento “Retratos do Audiovisual Catarinense”, publicação mais recente divulgada, apontou que este segmento cresceu 429% em 10 anos no Estado. Embora haja muitos desafios pela frente, já se tem muito o que comemorar.

O setor privado defende que o apoio do poder público é fundamental para que esse ritmo siga numa crescente, bem como a qualificação da mão de obra. “Há universidades em Santa Catarina que possuem cursos de audiovisual, mas falta nos profissionais a especialização e a vivência prática. Essa é uma área ampla, que envolve os mais diversos cargos em uma única produção. Tem muito o que se explorar e se qualificar. Sem contar a evasão de talentos, já que muitos acabam optando por atuar em mercados fora do Estado”, explica Rodrigo Barbosa, sócio da Rockset, empresa de audiovisual fundada em 2015, com sede em Itajaí.

            Frente à essa necessidade, a empresa decidiu apostar em um projeto educacional para qualificar a mão de obra. Trouxe diferentes profissionais renomados no mercado para conversar, orientar e treinar a própria equipe e também estudantes e profissionais que já atuam no segmento. O resultado das primeiras turmas da Oficina Rockset é o curta-metragem Código Pirata, produzido nas cidades de Itajaí e Balneário Camboriú. A avant-première do filme será no dia 10 de julho. “Este projeto é o início do planejamento da Rockset para transformar o Sul num polo de produção cinematográfica, conectando e impulsionando toda a cadeia produtiva de negócios, comércio e turismo, impactando diretamente na geração de emprego e renda. Será um divisor de águas entre o passado e o futuro do cinema na nossa região. A partir dele, lançaremos dois longas-metragens”, destaca o também sócio da Rockset, Luiz Razia. Os novos projetos citados pelos empresários são os longas Honra de Cowboy, com Sidney Santiago e Nina Baiocchi, e Futuro do Passado, que terá no elenco Fabio Rabello, Milena Martines e Oscar Magrini.

Da ficção para fazer a economia girar

            Muito além do que se vê nas telas, o mercado audiovisual é extremamente vasto e fazer com que as grandes produções venham para cá, garantirá a ampliação geral de vagas e, consequentemente, maior movimentação econômica. Os artistas envolvidos, maquiadores e equipe de figurino fomentam muito a indústria da moda, maquinaria, iluminação, serviços gerais, entre outros.

            Nesses oito anos de atuação, a Rockset já registrou um crescimento superior a 1.200%, desenvolvendo trabalhos junto a grandes marcas, como o Grupo Oceanic, Grupo CAOA, BMW do Brasil, Sabesp, Câmara de Vereadores de Balneário Camboriú, Orquídea, Gomes da Costa, Porsche, Ford, McLaren, UsadosBR, EQI/BTG Pactual, Grupo OVD, Sulita, APM Terminals, Avallon, Azimut Yatchs, Cadence e tantos outros.

            Um desses projetos, inclusive, contou com a participação do diretor/roteirista Jason Satterlund e do produtor Regis Terencio, dupla profissional que brilha no setor cinematográfico de Los Angeles. O trabalho comandado pela Rockset foi um filme imersivo, que se tornou uma nova atração do Aventura Pirata, equipamento turístico do mesmo grupo do Oceanic Aquarium e do Classic Car Show.

            Toda essa movimentação gera à Rockset um faturamento médio anual de R$ 6 milhões e, otimista com o crescimento do mercado audiovisual catarinense, a empresa prevê alcançar a casa dos R$ 8 milhões no fim de 2023. “Hoje, somos uma equipe com mais de 50 profissionais diretos, além de outros indiretos que são contratados mensalmente para grandes projetos. Iniciamos, recentemente, um trabalho de compliance e governança corporativa. Tudo isso prova que a produção cinematográfica pode sim ser rentável e uma forma de movimentar a economia pública e atrair investidores do para grandes produções no setor cinematográfico”, finaliza Barbosa.

 

FONTE : OFICINA DAS PALAVRAS/ CAMILA TIBES

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