De 60% a 75% dos casos de cegueira poderiam ser evitados. Campanha Abril Marrom reforça importância do diagnóstico e tratamento precoce

Catarata é a principal causadora da perda de visão em adultos, em 47,8% dos casos. Glaucoma vem na sequência, com 12,3%

Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), o Brasil tem cerca de 1,1 milhão de pessoas cegas e outros 4 milhões de deficientes visuais sérios. Em todo o mundo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que existem cerca de 75 milhões de cegos e outros 225 milhões com baixa visão, ou seja, incapazes de desempenhar suas tarefas cotidianas, devido ao problema. A boa notícia é que entre 60% e 75% destes casos de cegueira e baixa visão seriam evitáveis e/ou curáveis. Abril é o mês dedicado à uma campanha mundial de conscientização e combate às doenças que causam cegueira, o Abril Marrom.

Entre as principais doenças que podem causar cegueira, estão a Catarata, o Glaucoma, a DMRI (Degeneração Macular Relacionada à Idade), Retinopatia Diabética e Descolamento de Retina. Principal causadora de perda de visão em adultos (47,8% dos casos), a Catarata é caracterizada pela perda progressiva da transparência do cristalino (considerado a lente natural do olho). Os casos mais graves podem ser revertidos através de cirurgia. O procedimento normalmente é rápido e indolor, com ótimos resultados.

Provocado pela elevação da pressão ocular, o Glaucoma não tem cura e pode levar à cegueira senão for diagnosticado a tempo e tratado de maneira adequada. É a segunda maior causa de cegueira no mundo, sendo responsável por 12,3% dos casos de perda de visão em adultos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) 80 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem com a enfermidade, cerca de 1% a 2% da população mundial. No Brasil, estima-se que o Glaucoma atinja cerca de 1 milhão de pessoas. As projeções não são nada animadoras: a OMS estima que 115,5 milhões de pessoas podem sofrer com o problema em 2040.

Segundo o oftalmologista do Hospital de Olhos do Paraná, Dr. Lucas Torres, os sintomas só aparecem na fase mais avançada da doença, quando a pessoa começa a esbarrar nos objetos, pois está perdendo a visão periférica (vê bem o que está na sua frente, mas não enxerga o que está dos lados). “Isso mostra que o acompanhamento com um especialista é necessário. No mínimo, uma vez por ano. Quanto mais precocemente o Glaucoma for detectado, maiores são as chances de sucesso no tratamento”, afirma o especialista. A enfermidade é diagnosticada com a medição da pressão intraocular. Às vezes, é necessária a realização de outros exames, como o de fundo de olho e de campo visual. O tratamento vai desde a utilização de colírios, que ajudam a baixar a pressão ocular, passando pelo uso de laser e até cirurgia em casos mais graves.

 

Outras doenças da visão que podem levar à cegueira:

 

Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI)

 

Doença do fundo do olho que provoca lesão e desgaste na parte central da retina, chamada de mácula. Deixa a visão embaçada e faz surgir uma mancha escura nos olhos. A DMRI acomete pessoas acima de 50 anos, sendo uma das causas mais comuns de perda irreversível da visão central nos idosos, afetando tanto homens quanto mulheres.

 

Retinopatia Diabética

 

Caracterizada por uma lesão nos pequenos vasos sanguíneos que nutrem a retina – região do olho responsável pela formação das imagens enviadas ao cérebro. A Retinopatia Diabética ocorre quando os níveis de glicose no sangue estão muito elevados, propiciando dilatações e rompimentos das veias. A pessoa passa a ver pontos ou manchas fluentes, tem dificuldade de distinguir cores e enxergar à noite

 

Descolamento de retina

 

Emergência oftalmológica, ocorre quando a retina se descola da camada de vasos sanguíneos que fornecem o oxigênio e os nutrientes necessários. Os sintomas incluem o aparecimento de vários pequenos fragmentos (moscas volantes), flashes de luz repentinos ou sombra no campo de visão. Geralmente, o tratamento médico imediato pode salvar a visão no olho.

 

FONTE : Guilherme Ochika / Moon Marketing

crédito da foto: Adobe Stock

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