Proximidade da temporada de verão liga alerta nos hemocentros

10/29/2024

14:30


Com a visita de milhões de turistas ao estado durante o período, demanda nos bancos de sangue aumenta significativamente e profissionais da saúde ressaltam a importância da doação Estamos nos encaminhando para os últimos meses de 2024 e, conforme o ano vai chegando ao final, também se aproxima a temporada de verão em Santa Catarina, época em que o estado recebe milhões de turistas de diferentes lugares do Brasil e do mundo para curtir as belezas do nosso exuberante litoral.
Em algumas regiões, a população chega a mais do que dobrar em determinados períodos. Dados da Secretaria de Turismo do Governo do Estado mostram que mais de 1,2 milhão de pessoas desembarcaram na capital Florianópolis entre dezembro de 2023 e fevereiro de 2024 para aproveitar a Ilha da Magia. O cenário se repete em outras localidades, como Balneário Camboriú, que também recebe um número alto de turistas durante o verão.
Esses números – que aumentam a cada ano – são excelentes para o nosso estado, já que uma parcela significativa da economia de Santa Catarina está relacionada ao turismo. Mas também liga um alerta na área da saúde: os estoques de sangue nos hemocentros. Além do aumento natural da demanda por sangue, as doações nos períodos de férias e festividades diminuem consideravelmente. De acordo com o Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina – Hemosc, o período entre os meses de novembro e fevereiro é o de menor nível de doação.
“Muitas famílias viajam durante as férias, o que faz com que muitos dos doadores regulares não façam as doações rotineiras nesse período, diminuindo bastante os estoques de sangue nos hemocentros. Em contrapartida, a demanda aumenta, pois a população no nosso estado é muito maior, gerando mais acidentes, infecções e outros problemas que exigem reposição sanguínea. Por isso é fundamental que a população entenda a importância da doação e de que não deixe de comparecer aos hemocentros nesse período”, explica o doutor Gláucio Galli, bioquímico do Laboratório Pasteur.
Por que doar?
Mais do que um simples ato solidário, a doação de sangue é uma grande aliada da saúde pública. O doador pode salvar até quatro vidas cada vez que disponibiliza o sangue em algum hemocentro. Além disso, o sentimento de gratidão por ajudar a preservar a vida e até mesmo a dignidade de muitos indivíduos possui um valor imensurável, gerando bem-estar e, consequentemente, proporcionando inúmeros benefícios para a saúde do próprio doador.
Outro ponto que merece atenção é que, embora o número de doadores no Brasil cresça ano após ano, ainda estamos abaixo do ideal. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 1,4% das pessoas aptas são doadores regulares – o necessário é que entre 2% e 3,5% desenvolvam o hábito de doação para que os estoques nos hemocentros não passem por dificuldades em períodos como as férias de verão, por exemplo.
Mas o mais importante é que a transfusão sanguínea é, em inúmeros casos, o único tratamento possível para salvar uma vida. É o que explica Gláucio Galli, médico bioquímico, que reforça a importância da doação.
“Já inventaram órgãos como coração e pulmão artificial, além de diversos tipos de implantes. A tecnologia e a medicina evoluíram muito. Mas ainda não inventaram nada que substitua o sangue. É preciso que as pessoas pensem nisso, que se apeguem a esse fato e passem a doar regularmente. Nada substitui o sangue e precisamos manter os nossos estoques sempre equilibrados para que possamos salvar cada vez mais vidas”, afirma o bioquímico.
Quem pode doar?
De acordo com o Hemosc, pessoas entre 16 e 69 anos, que pesem mais de 50 quilos e estejam saudáveis podem realizar a doação de sangue. Menores de idade precisam da autorização formal dos pais ou responsáveis legais, e idosos precisam ter feito ao menos uma doação antes dos 60 anos.
O doador deve prezar pela qualidade do sono, especialmente na noite anterior. Também não deve fazer a doação em jejum – apenas não consumir alimentos gordurosos nas três horas antecedentes, bem como evitar o consumo de bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores. O Hemosc também pede que o doador não compareça acompanhado de crianças.
Outra orientação é que não se realize atividades físicas que exijam muito esforço ou que representem algum risco. Também não é recomendado dirigir nas primeiras horas após a doação.
CRM do médico responsável pelo conteúdo:
Dr. Glaucio Grando Galli
CRF1585
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